sinopse tirada da internet: "Uma investigação cuidadosa, baseada em imagens de arquivo, entrevistas e documentos oficiais, sobre o seqüestro de um ônibus em plena zona sul do Rio de Janeiro. O incidente, que aconteceu em 12 de junho de 2000, foi filmado e transmitido ao vivo por quatro horas, paralisando o país. No filme a história do seqüestro é contada paralelamente à história de vida do seqüestrador, intercalando imagens da ocorrência policial feitas pela televisão. É revelado como um típico menino de rua carioca transforma-se em bandido e as duas narrativas dialogam, formando um discurso que transcende a ambas e mostrando ao espectador porque o Brasil é um país é tão violento."
Comentário:
O
documentário é excelente, e o
filme só não é excelente por não ser fiel aos fatos. Na minha opinião, chega ser ridículo (o filme, e não o documentário) tentar passar a ideia de que a
chacina da Candelária foi briga de traficantes X meninos de rua. Sei que é complicado culpar a polícia em um filme verídico, mas passar a ideia de rincha de gangues rivais chega a ser falta de respeito.
É muito fácil julgar um bandido pelos seus atos, difícil é saber o que levou a cometer os tais atos. Também acho hipocrisia falar que a culpa é da sociedade. Infelizmente, teoria não anda de mão dada com a prática. Solução para esses problemas até tem, mas colocá-la em prática eu arrisco a dizer que é impossível.
Um sujeito (
Sandro) que não conheceu seu pai, vê sua mãe morrer espancada, é criado na rua e escapa de uma chacina, qual é a chance dele se dar bem na vida? Oportunidades ele até teve, o que nunca teve foi estrutura para saber aproveitar essas oportunidades dadas. Isso é o mesmo que dar uma televisão pra quem não tem energia elétrica. Ninguém nasce bandido, e sim se torna bandido.
Me lembro bem das cenas exibidas na televisão ao vivo e da revolta de toda a população. Eu também fiquei revoltado ao ver tudo aquilo, mas uma vítima no documentário fala algo bem real ao sequestrador: "a maior vítima disso tudo é você, Sandro".
É triste ver a cena do enterro da vítima baleada, mas também é triste ver o enterro de Sandro. Momentos finais de sua vida foram vistos por milhares de pessoas, o enterro da sua vítima foi acompanhado por mais de 3.000 pessoas, e seu enterro por apenas 1: sua mãe adotiva.
É meus caros, isso é um problema mundial e muito mais complexo do que qualquer tentativa de
solução. O capitalismo veio para dar desigualdade perante à sociedade, e suas consequencias algumas vezes são cruéis até para os inocentes trabalhadores honestos. Essa é mais uma discussão de problemas sem solução que dá assunto para debater por horas e horas....
Vou encerar por aqui e dar mais uma sugestão: Assista primeiro o filme e depois o documentário. No documentário o foco é o
sequestro do ônibus com comentários das pessoas
que participaram dele (policiais, reféns e população), mostrando um p
ouco de como foi a vida de
Sandro. Já no filme o foco é a vida de Sandro, desde a morte da mãe na sua infância até o sequestro do ônibus. O documentário é 100% real, e o filme sofreu algumas adaptações (mãe adotiva, chacina da candelária,...), mas mesmo assim é bom.
Ah, e é claro, estava me esquecendo de falar de um pequeno detalhe: o TOTAL despreparo da polícia. E olha que ali ficou claro que a culpa não foi só do atirador, mas também de quem estava comandando, que recebia muita pressão com telefonemas de prefeito, governador,... (imagina se os políticos queriam mostrar a polícia carioca matando um homem ao vivo, pro mundo todo??)
Ônibus 174Direção: José Padilha
Produção: José Padilha e Marcos Prado
Fotografia: César Moraes e Marcelo Guru
Gênero: Documentário
Duração: 133 min.
Ano: Brasil - 2002
Última parada 174Gênero: Drama
Tempo: 114 min.
Lançamento: 24 de Out, 2008
Lançamento DVD: Jan de 2009
Classificação: 16 anos
Distribuidora: Paramount Pictures Brasil
Estrelando: Michel Gomes, Cris Vianna, Marcello Melo Jr., Gabriela Luiz, Anna Cotrim, Tay Lopez, Douglas Silva, Rafael Logan, André Ramiro, Alessandra Cabral, Tereza Xavier.
Dirigido por: Bruno Barreto